-Ela reclamava, senhor, da sua falta de interesse em seus feitos. Porque sempre foi uma moça que não confia nos próprios passos. Ela, senhor, só precisava que dissesse quão belas eram suas palavras, ou a comparasse com algumas dessas escritoras neo-romancistas. Então, foi nisso que Amélia pecou ao tentar transformá-lo numa coisa que não é.
-Eu jamais soube o que ela queria. Jamais compreendi o motivo de sua volubilidade humorística. Tentar agradá-la era quase que frustrante, uma vez que se tem quase total certeza de que, hora ou outra, ela irá irritar-se e mandá-lo desculpar-se. Infortúnio desejar seu bem, mostrar-lhe as melhores coisas que existem ou tentar lhes mostrar o que mais me agrada em sua pessoa. Amélia sempre achará algum erro em minhas palavras.
-Mas Senhor, creia. Ela o estima muito, mas é moça nova. Ainda que pareça imbecil em suas colocações ou exigências, ainda que não saiba ao certo o que lhe dizer, ou ainda que o machuque, a moça quer, se não, o bem dos dois juntos. Conheço Amélia desde sempre, e sei o quanto a moça não se contenta com improficuidades. A única coisa que ela almeja, senhor, é que a entenda, que atente-se a ela. Quando Amélia profere a você que não prestas atenção a ela, é apenas para tentar juntar-se a ti, pois aquela moça não sabe ser de outro modo, que não seja junto. E ela, saiba, deseja incondicionalmente estar perto de você. Mas, não só em corpo. Amélia deseja fazer parte da tua alma. Mas sei que a senhorita em questão é um tanto inflexível em seus pensamentos a respeito do que é estar junto de alguém E, senhor, digo, apenas acolha Amélia em seus braços, e prometa-a, olhando nos olhos, que estarás sempre por perto.
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